Vaticano: Tudo a postos para receber participantes, em Sínodo sem papel .
Agência/Ecclesia.
Vaticano apresentou hoje aos jornalistas os espaços preparados para a XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que se vai iniciar a 4 de outubro, no Auditório Paulo VI.
Para evitar o desperdício de papel, os participantes vão contar, neste novo espaço, com tablets para votar, descarregar e ler documentos, ativados por umQR Code.
A primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos vai decorrer com o tema ‘Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão’; Francisco decidiu que a mesma terá uma segunda etapa, em 2024.
Os trabalhos desta sessão decorrem até 29 de outubro e as reflexões são desenvolvidas em 35 grupos de trabalho linguístico (círculos menores), constituídos por 11 pessoas e um “facilitador”, incluindo um grupo de língua portuguesa.
Aos 365 votantes, entre eles 54 mulheres, somam-se, sem direito a voto, 12 representantes de outras igrejas e comunidades cristãs (delegados fraternos), oito convidados especiais e colaboradores da Secretaria-Geral do Sínodo.
Outras 57 pessoas, entre elas 20 mulheres, vão participar como peritos, à imagem do que acontecia no passado, ou “facilitadores”, ou seja, “pessoas especializadas cuja missão é facilitar os trabalhos nas diferentes fases”, sem direito a voto.Os trabalhos vão desenvolver-se em volta de cinco pontos, sobre as quatro partes do ‘Instumentum Laboris’ (IL), e o debate conclusivo. Este IL foi elaborado com base no material recolhido durante a consulta global às comunidades católicas, em particular os documentos finais das sete assembleias continentais, que decorreram entre fevereiro e março deste ano: África e Madagáscar (SECAM), América Latina e Caraíbas (CELAM), América do Norte (EUA/Canadá), Ásia (FABC), Europa (CCEE), Médio Oriente (com a contribuição das Igrejas Católicas orientais) e Oceânia (FCBCO).
O documento apela a uma reflexão sobre a questão da autoridade, na Igreja Católica, que aborde “o seu significado e o estilo de seu exercício”.
“A autoridade é um serviço à singularidade de cada pessoa, apoiando a criatividade em vez de ser uma forma de controlo que a bloqueia, e um serviço à criação da liberdade pessoal e não uma amarra que a restringe”, indica o IL.
Os contributos recolhidos, desde 2021, apelam à criação de comunidades inclusivas, onde “todos se sintam bem-vindos”.Os contributos recolhidos, desde 2021, apelam à criação de comunidades inclusivas, onde “todos se sintam bem-vindos”.O chamamento radical é para construirmos juntos, sinodalmente, uma Igreja atraente e concreta: uma Igreja em saída, na qual todos se sintam bem-vindos”, indica o documento orientado, que encerrou a primeira fase do processo sinodal, lançado pelo Papa há dois anos.
O IL apela ao reforço da presença das mulheres na “tomada de decisões”, dentro das comunidades católicas, convidando a repensar ministérios, “a todos os níveis da Igreja”.
“Todas as Assembleias continentais apelam a que se aborde a questão da participação das mulheres na governança, na tomada de decisões, na missão e nos ministérios a todos os níveis da Igreja, com o apoio de estruturas apropriadas para que isto não permaneça apenas uma aspiração geral”, pode ler-se.
O documento destaca que as prioridades para a Assembleia Sinodal incluem “as alegrias e tensões, bem como as oportunidades de conversão e renovação” nas relações entre homens e mulheres, na Igreja.
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